quarta-feira, 31 de março de 2010

Jesse Owens e uma conquista histórica



Jesse Owens, nascido em Oakville em 1913 , foi um grande atleta afro-americano e para além disso foi lider civil afro-americano .
Um dos seus grandes feitos ou talvez o que marcou mais o mundo, foi a sua participação nos Jogos Olímpicos de 1936 que decorriam na Alemanha (durante o regime nazi). Como se sabe Hitler defendia uma raça superior, a raça ariana, e todas as outras pessoas que não correspondessem ao aspecto ariano eram postas de lado e alvo de violência e segregação. Tendo esta linha ideológica Hitler viu nos Jogos Olímpicos de 1936 a grande oportunidade de afirmação da dita raça "pura".
Mas, apesar de terem sido os alemães a ganharem a grande parte das medalhas (33 medalhas) , Jesse Owens contrariou todas as ideias nazis que defendiam que todas as raças não arianas eram inferiores e que não tinham qualquer capacidade dita "superior". Jesse conquistou 4 medalhas de ouro e humilhou Hitler no seu próprio país. O choque foi tal que Hitler, que tinha de cumprimentar os vencedores das modalidades, saiu do estádio Olímpico .
Ora este feito concretizado por Jesse Owens, é uma das muitas provas de que raças superiores não existem, somos todos iguais independentemente da cor da pele, e todos nós com esforço e dedicação conseguimos realizar algo importante no mundo.
Para um maior conhecimento acerca de Jesse Owens , clique aqui

Novos tempos

Há umas décadas atrás, os países ditos desenvolvidos deparavam-se com problema de fraco desenvolvimento das mentalidades. Países como os EUA atraíam milhares de pessoas de todos os cantos do mundo, no entanto tinham uma grande parte da sua população que simplesmente não aceitava essa chamada "invasão de imigrantes".

O problema centrava-se nesse ponto: os países economicamente e, até, politicamente estavam nos momentos áureos do processo de desenvolvimento mas parte da sua população não aceitava pacificamente os imigrantes. Assim, foi-se gerando um certo mal-estar relativamente aos mesmos , uma vez que estes não eram aceites socialmente, mesmo sendo a sua ajuda imprescindível para esse dito desenvolvimento.

Todo o imigrante ou descendente não era, muitas vezes, considerado um cidadão desse país, eram apenas trabalhadores. Mas a "invasão" foi de tal modo que as mentalidades foram-se adaptando às novas realidades e acabaram por aceitar os imigrantes ( pelo menos a maioria acabou por aceitar). Afinal, muitos desses países tinham se formado com apoio dos imigrantes que vinham das suas ex-colónias. Somos então da opinião de que devido a tudo que os emigrantes fizeram, deviam ser aceites, pois sejam eles asiáticos,africanos ou mesmo europeus, estes realizaram e realizam um papel muito importante no desenvolvimento do mundo.
Existem muitos casos de discriminação , mas nós queremos acreditar que a situação de imigrantes e pessoas culturalmente diferentes tem vindo a pouco e pouco mudando, graças à sua crescente integração, à sua luta por direitos iguais, à sua participação na sociedade....

Uma recente "prova" de que a situação tem vindo a mudar, foi a eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos da América. Foi um feito, um negro filho de imigrantes ter chegado à presidência. Um feito que nos faz acreditar que, um dia, distinções por raça, cor, credo (..) não afectarão negativamente as sociedades mas, sim, positivamente para enriquecer as mesmas através de ideias, obras, culturas, hábitos.

Afinal como muito se diz (mas que na realidade muitos não agem de acordo a tal) "todos diferentes, todos iguais". Como tal, todos numa sociedade desde que contribuam para o desenvolvimento da mesma (de variadas formas), devem ter direitos e de participar na vida política, cultural e económica de um país de igual forma. E nós devemos lutar por essa igualdade e, como disse Obama, "Yes, we can". Nós podemos fazer as mentalidades evoluírem para que aceitem as pessoas como elas são.

terça-feira, 30 de março de 2010

Oscar Micheaux

Oscar Devereaux Micheaux nascido no ano de 1884, é considerado o primeiro afro-americano a realizar filmes e a intervir na sociedade através desses mesmos filmes uma vez que tinham um cariz racial e social.

Filho de antigos escravos Oscar desde cedo começou a trabalhar, contudo começou a intervir na sociedade na sua juventude. Tentando combater os estereótipos sobre os autores e editores negros, criou a sua própria editora, vendendo assim os seus livros porta a porta.

Porém o seu interesse foi maior pelo mundo do cinema (que à pouco tempo tinha sido criado), e em 1919 criou a sua própria companhia de cinema tendo como primeira obra um filme mudo de nome The Homesteader, protagonizado pela actriz afro-americana Evelyn Preer. Com este filme, escrito, dirigido e produzido por ele mesmo, Oscar Micheaux tornou-se o primeiro afro-americano a realizar um filme. Depois deste filme muitos outros se seguiram, no entanto Oscar Micheaux continuou a superar barreiras uma vez que conseguiu ser o primeiro afro-americano a realizar um filme para ser exibido no cinema “branco”.

A principal ideia a tirar deste homem, de nome Oscar Devereaux Micheaux, é que é sempre possível ultrapassar as barreiras raciais e todos nós devemos mostrar essa vontade. Micheaux viveu em tempos bastantes difíceis, no entanto esforçou-se e conseguiu manifestar-se e criticar a sociedade que na altura era bastante racista através dos seus filmes. Os seus filmes foram o meio para tentar atingir o fim (quebra de barreiras raciais).

Assim sejamos nós brancos, negros, asiáticos, qualquer que seja a nossa raça, devemos intervir na sociedade para que estas correntes do racismo se quebrem.


Mais informações aqui.

Conceito de Cultura

Aqui neste blogue falamos de cultura. As origens, as tradições, os efeitos nas sociedades. Porém, o conceito de cultura é muito abrangente, vasto e até, muitas vezes, mal interpretado.
Por isso, queremos deixar-vos aqui a nossa definição de cultura. E ao que nos referimos ao falar de cultura.

É uma palavra latina com a mesma raiz de cultus (cultivo e culto), do verbo colo, aplicado a domínios tão diversos como os campos (colere agros), as letras (vitteras) e amizade (amicitiam). Cícero utiliza a expressão sese excolere ad humanitate, ou seja, cultivar a humanidade e para a humanidade.

A cultura pode ser considerada o que o ser humano produz intelectualmente, ou seja, com a sua inteligência e racionalidade. Assim, criam-se tradições, costumes e valores éticos que passam ao longo das gerações e, assim, cada sociedade tem uma cultura diferente com hábitos próprios.
De acordo com as várias definições que analisámos, a cultura é acção que Homem exerce no meio e em si próprio, que influencia o seu dia-a-dia e a sua maneira de ser e de pensar. Ao longo dos tempos, o ser humano evoluiu e transformou-se, porém os seus hábitos tendem a adaptar-se às novas concepções do mundo, só que os seus princípios basilares mantêm-se intactos. Além disso, a cultura de um sociedade e/ou um povo são transmitidas aos descendentes como uma memoria colectiva, porque a cultura surge como um elemento social e não se pode desenvolver individualmente.
Para nós, a cultura é isso mesmo, o que distingue os povos ou nacionalidades. A cultura está em todos os elementos de um povo e, não só, como geralmente é sugerido, nos intelectuais. Cultura é um factor colectivo e ela é desenvolvida e enriquecida tanto pelos hábitos de dia-a-dia que vão evoluindo como pela arte, literatura, música, dança. A cultura é um elemento que une um povo e que os distingue dos demais.
O conceito de cultura é muito ambíguo, todavia tentámos construir um conceito sobre o nosso entendimento à cerca do significado de cultura.


(Para construirmos este conceito, consultámos diversas enciclopédias, e texto de especialistas. Por isso, ao longo deste texto são visíveis essas mesmas consultas)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ondjaki


Ondjaki nasceu em Luanda, Angola a 1977. Estudou em Lisboa e licenciou-se em sociologia.
É um prosador e poeta que tem vindo a ser reconhecido, pelo que já ganhou alguns prémios, entre os quais o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco. Além disso, os seus livros estão traduzidos em diversas línguas.
Deixamo-vos aqui um dos poemas que compõem o livro "Actu Sanguíneu", de modo a incentivar a leitura deste escritor angolano que cada vez mais assume maior importância na literatura lusófona.
Desfrutem.
Clique aqui para ler mais poemas do livro "Actu Sanguíneu".

V

voto na pomba.
azul, preferencialmente.
que a paz do branco está gasta
e triste,
e o azul me invoca o céu,
porta do que não viste.
voto no corvo;
gritante, matinalmente.
de suas espessas penas
onde o negro me reboca ao veludo,
braço macio para quase tudo.
voto no jacó;
mas que fosse mudo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Valete- Pela Musica pt. 2

Valete é um MC português, que iniciou a sua carreira em 1997, ligado ao movimento hip-hop português. Biografia completa de Valete aqui.
Esta musica que aqui vos apresentamos retrata a situação da musica em Portugal e a influência que as editoras têm no panorama musical. no fundo, esta música com o Ikonoklasta e com o Sam the Kid, critica a vulgarização da música e como a aparência têm mais importância do que o trabalho desenvolvido. Neste vídeo está a letra da música que serve para melhor compreensão da mensagem transmitida.


Valete com Sam the Kid e Ikonoklasta- Pela Música pt2